Amigos,
Obrigado pela presença ao longo da vida deste blog, pela leitura atenta aos meus textos e pelos comentários diversos. Estou aposentando (ou dando novas férias) a este espaço. Em seu lugar, um novo blog - PROMESSAS PROVISÓRIAS - entra em atividade, com uma proposta um pouco diferente: não postarei apenas textos meus, mas também poemas de que goste, traduções minhas e de outras pessoas, resenhas, entrevistas etc. Espero vocês lá!
um abraço,
lucas
PROMESSAS PROVISÓRIAS
quarta-feira, 18 de junho de 2008
segunda-feira, 14 de abril de 2008
enjambement
em que difere
um olhar de um
olhar?
a atração gravitacional da tecla
enter
ou o cansaço dos calos dos dedos?
a gente já discutiu mil vezes mas não chegamos
nunca à resposta
você arriscaria uma aposta?
só sei que na síncope da dança dos pés dos seus versos
há algo da nudez breve
de um corpo
que escreve
um olhar de um
olhar?
a atração gravitacional da tecla
enter
ou o cansaço dos calos dos dedos?
a gente já discutiu mil vezes mas não chegamos
nunca à resposta
você arriscaria uma aposta?
só sei que na síncope da dança dos pés dos seus versos
há algo da nudez breve
de um corpo
que escreve
terça-feira, 25 de março de 2008
Varal
Morena, minha morena
Tira a roupa da janela
Que vendo a roupa sem dona
Penso na dona sem ela
(quadra popular portuguesa)
fui eu quem fez o poema
mas quem vai vesti-lo
se está tão bem costurado
que não resta um único buraco
por onde passe um pescoço?
fruta sem caroço
ovo gorado
revólver sem bala
espada sem empunhadura
amor sem amor
que perdura
perdido do corpo
poema do nada
lindo e terrível
gemido da alma
penada
velha roupa colorida
flutuando no espaço
dessa eternidade
encolhida
é isso que me espanta:
com tanta roupa
e pouca garganta
a corda já fica pequena
quem vai vestir o poema?
Tira a roupa da janela
Que vendo a roupa sem dona
Penso na dona sem ela
(quadra popular portuguesa)
fui eu quem fez o poema
mas quem vai vesti-lo
se está tão bem costurado
que não resta um único buraco
por onde passe um pescoço?
fruta sem caroço
ovo gorado
revólver sem bala
espada sem empunhadura
amor sem amor
que perdura
perdido do corpo
poema do nada
lindo e terrível
gemido da alma
penada
velha roupa colorida
flutuando no espaço
dessa eternidade
encolhida
é isso que me espanta:
com tanta roupa
e pouca garganta
a corda já fica pequena
quem vai vestir o poema?
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