domingo, 24 de junho de 2007

Beautiful Girl Reading Bukowski (para cris e beta)

às três

horas da manhã

ela sorri e

derrama palavras

como se

todas as noites

terminassem com

o sol.



e não sinto

em que dias ou

horas, mas sei

que às vezes

até é verdade.

fica

mais um beijo

nem vejo onde começou

mas acaba sendo como antes

toda vez que cismo em ficar

até depois de partir e chegar de novo

(eu outro)

na mesma vocês


sábado, 23 de junho de 2007

A última imagem

o reflexo no
espelho quebrou-se
como a promessa
dizem que dá azar
não sei, mas na imagem assim
partida
enxergo melhor a sua
como a voz distante
passada
ao vidro frio
pela cor do beijo

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Timidez

Ela me chega como se não fosse o mundo.
Olhares. Espelhos. Vermelhos. Lábios. Rios.
Ainda ondulo na pista em que a vi.

Ela me beija como se não fosse profundo.
Pés. Pernas. Guerras. Sussuros. Gritos.
Ainda há barulho pra abraçar por aí.

Ela se ajeita como se não fosse escuro.
Amor. Pavor. Paladar. Indicios. Vicios.
Ainda a espero, mas ela apenas sorri.

domingo, 10 de junho de 2007

Eu te amo (em homenagem ao dia que ainda não é hoje)

Quando nos vimos

sorrimos, e o primeiro feitiço

lançou-se entre o beijo e o calor

o amor era só um desejo

e o desejo era mais que o amor

Quando sentimos

queremos, e a sentença

nos uniu, apesar da dor

o amor era só uma esperança

era mais esperança que amor

Quando partimos

partiu-se a realidade

e nem amizade sobrou

o amor é só uma saudade

e a saudade é maior que o amor

Quando canto, reato

mais do que rompo, o encanto.

pois nessa voz escrava que escuto

o amor é só uma palavra,

mas a palavra é maior que tudo.

sábado, 2 de junho de 2007

Reminiscências

Dilim! Dilim! Dilim!
Tocava meu pai no bandolim.

Perdi meu pai.
O bandolim ainda tenho,
intocado.

Só a música continua exatamente a mesma:
Dilim! Dilim! Dilim!
E agora toca dentro de mim.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Inspiração

Ao nascer,

Acorrentaram-me aos lábios

Os mais belos poemas.

Não os posso falar.

Soariam falsos.

Para isso vivo:

As lágrimas corroem lentamente cada grilhão.